09 fevereiro 2009

Pão Tigre


Há uns bons anos atrás vi este pão à venda na Holanda. Achei curiosa a aparência que a mim me lembrou as manchas de uma girafa (não estava muito longe, pelo menos tinha nome de animal). Nessa altura a culinária ainda pouco me dizia e nem o nome do pão fixei. Nunca mais vi este pão.

Na semana passada enquanto folheava a blue cooking de Janeiro/Fevereiro deparei-me com os ditos. Exactamente como os que tinha visto, pelo menos de aparência. Nem pensei duas vezes e fui à net fazer uma pequena pesquisa antes de pôr a mão na massa. Em português poucas definições encontrei, a não ser que é um "pão de massa consistente de farinha de trigo, característico pelo seu miolo branco e pelas fendas na côdea". Não encontrei receitas. Procurei como tiger bread e ai já me surgiram mais resultados, através dos quais fiquei a saber que o nome vem exactamente da aparência listrada da sua crosta, feita à base de farinha de arroz, água, sal, açúcar, óleo e levedura, que durante a cozedura racha e se assemelha às manchas de um tigre.

Decidi então seguir a receita da blue cooking. Tudo bem até ao ponto da preparação da cobertura. Achei muito pouco líquido para tanta quantidade de ingredientes secos. E claro que na mistura obtive uma farinha de arroz com uns borrifos de água e óleo. Não sabia muito bem o que fazer porque não conhecia a receita mas tinha como certo que deveria ser mais líquida. Fui de novo à net e nada. Já tinha os pães moldados. Resolvi colocar meio copo de água em vez da 1/2 colher de chá. Funcionou e bem!

Agora mesmo antes de colocar aqui a receita fiz nova busca mas desta vez como "Dutch Crunch Bread", designação que vi num dos resultados da pesquisa em inglês. Voilá! Encontrei este blogue que comprovou a minha alteração. E vendo bem a receita, parece-me que a da revista saiu de lá. Não fossem eles terem errado a quantidade de água e nem se dava por isso.....

Pão Tigre

Ingredientes para o pão: 1 saqueta de fermento seco, 1 1/2 colher chá de sal, 1/4 chávena de água quente, 1 chávena de leite quente, 1 colher sopa de açúcar, 2 colheres chá de óleo vegetal, 2 1/2 e 3 1/2 chávenas de farinha de trigo tipo 65 (só usei 5 chávenas, dispensei as meias porque era muita farinha)

Ingredientes para a cobertura: 1 colher sopa de fermento seco, 1 colher sopa de açúcar, 1/2 chávena de água quente, 1 colher sopa de óleo vegetal, 1/4 colher sal de chá, 3/4 chávena de farinha de arroz


(T): Junte num recipiente de batedeira eléctrica a levedura, a água, o leite e o açúcar (ingredientes para o pão). Misture bem para dissolver a levedura e deixe descansar por 15 minutos. A essa mistura adicione o óleo vegetal, o sal e duas chávenas de farinha. Misture bem a uma velocidade média até atingir uma massa uniforme. Adicione a restante farinha aos poucos, até a massa descolar dos lados da taça.

(B):
No copo da Bimby coloque a levedura, a água, o leite e o açúcar (ingredientes para o pão) e misture 15 seg, vel 5. Deixe descansar por 15 minutos. A essa mistura adicione o óleo vegetal, o sal e duas chávenas de farinha. Envolva durante 15 seg, vel 4. Ligue a máquina na vel 4 e vá deitando a restante farinha pelo bocal aos poucos. Páre a máquina e programe 4,30 min, vel espiga.

Deite a massa numa superfície previamente polvilhada de farinha. Amasse por cerca de 5 minutos até estar macia e elástica. Tape-a numa tigela e deixe levedar por cerca de uma hora ou até dobrar de tamanho.

Quando a massa estiver levedada, retire-a do recipiente e divida-a em sete porções iguais. Dê-lhes a forma de bolinhas e ponha-as num tabuleiro de ir ao forno forrado de papel vegetal. Deixe-os ao ar durante 15 minutos.

Para a cobertura junte todos os ingredientes num recipiente próprio para a batedeira eléctrica e bata tudo muito bem. Na Bimby programe 30 seg, vel 4. Deixe repousar por 15 minutos e deite-os sobre as bolinhas de pão, tentando cobrir todo o topo e os lados do pão. Deixe repousar por mais 20 minutos e leve ao forno a 190º por cerca de 30 minutos ou até estar bem castanho no topo.



Fica um pão denso e muito fôfo, com uma cobertura bastante estaladiça e com um sabor muito característico. Nem muito doce nem muito salgado. Quentinhos ou torrados ficam óptimos! Experimentem!


Notas:
- A massa leveda bastante bem. Coloquei-a perto da lareira e em meia hora tinha duplicado o volume.
- Usei um copo pequeno em vez de uma chávena. Sugiro que sigam a receita usando um copo medidor que habitualmente usem nas vossas receitas, é bem mais fácil.


26 comentários:

  1. Eu acho que este tipo de pãozinho se vê à venda nas pastelarias/padarias por cá...
    Agora, nunca me interroguei acerca da sua confecção...ainda bem que o fizeste, pois aumentaste o lote de pãezinhos para testar e provar! lol:)

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  2. Uau!!! Perfeitos, iguais de aparência aos de compra...perfeitos...pena as revistas terem tanos erros, nunca eu comprei tão poucas revistas como agora...vivam os blogs...beijinho...ai se eu fosse tua vizinha lol

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  3. Estão realmente perfeitos!
    Quando estudava em Lisboa, perto da estão dos comboios do Cais do Sodré, há uma padaria que tem esses pãezinhos e eu costumava comprar para levar para casa.
    A minha mãe adora esses pães.
    Bjos

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  4. Lembro-me de ver este tipo de pão à venda no PD mas isso foi há muitos anos. Aqui ainsa se encontra nalgumas padarias. Eu gosto muito :)

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  5. Margarida, esta vou guardar religiosamente :).. Eu adoro este pão, vou ao feira nova de propósito pra comprá-lo e congelo para ir tendo sempre...
    Tão com óptimo aspecto os teus...
    bjinhus

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  6. Ficaram bem lindos os teus pãezinhos.
    Espero que tenham ficado tão bons de sabor, como estão de aparência.
    Bjinhos

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  7. Não conhecia... fiquei interessada!

    Fica com um aspecto em interessante!

    Beijinhos

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  8. Também se comia pão tigre em casa dos meus pais. E havia a versão em grande. Lembro-me de gostar do contraste do crocante do exterior com o miolo.
    Os teus estão com aspecto igual aos originais...perfeitos!
    Qualquer dia com a febre de pão que assolou os nossos blogues ainda montamos uma padaria...gourmet

    bjs

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  9. Margarida
    Ficaram perfeitinhos!Ontem quase que fiz essa receita,depois decidi-me por outra....Vou anotar as alterações.
    Bjs

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  10. Este pão tem mesmo um aspecto diferente e original, isso é verdade!! Só falta provar... qualquer dia faço-me de convidada!! hehe Está lindo, beijinhos!!

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  11. Parceira querida, que lindos estes pães, a aparência esta muito original e apetitosa. Adorei lindona. Bj grande.

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  12. Olá Margarida!!!

    Eu costtumava sempre comer este pão em casa da minha avó...também é raro encontrá-lo, mas sempre que o vejo por alguma padaria, não resisto a comprar!
    Adoro pão tigre...tem um miolo super fofo com um sabor adocicado e uma crostinha crocante única!

    Estes teus pães tigres ficaram tal e qual aos que eu sempre comi... quem me dera ter um pãozinho desses aqui, agora!
    Pefeitos!

    beijinho!

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  13. Adooooroooo pão tigre, vou experimentar esta receita, brevemente...

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  14. Nunca tinha ouvido falar, como fica bonito! Sua descrição de como fica o pão no final do post está fantástica, só me deixou com vontade de experimentar. :-) bjs!

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  15. Meninas, pois eu nunca vi cá no Algarve estes pãezinhos à venda. mas pode ser que os encontre nos supermercados como dizem.

    São de facto muito bons e primam pelo seu sabor típico. Experimentem! beijinhos

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  16. que lindos ficaram os pães... espectáculo!

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  17. Olá Margarida
    Adoro visitar-te e sempre que posso aqui me tens.
    Aprendi mais uma coisinha nova contigo.
    O pão ficou bem bonito.
    Beijinhos

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  18. querida, que pão lindoooo, estou aqui babando, ai ai , preciso fazer.
    Bjsss

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  19. Conterrânea risonha, obrigada! bj

    Ana, obrigada pelas tuas visitas e sempre tão afáveis comentários. Para mim também é um prazer visitar o teu blog! bj

    Nana, não perde tempo não! bj

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  20. Mais um paozito para a colecção...
    Eu adoro pão tigre, mas só comprado, obrigado pela receitinha.
    E o aspecto... que apetitoso!!!

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  21. Eu em aveiro já vi esses pães, mas em forma de baguete. Não sei que nome lhe davam!

    Mas esta receita não me escapa.

    Bjs

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  22. Olá, experimentei esta receita no Sábado passado (não fosse eu doida por pão tigre) mas algo não deve ter corrido bem, pois a massa não levedou nada resultando nuns pãezinhos pequenos e demasiado "massudos" mas ainda assim cosmetíveis. Usei a mesma chávena para todas as medidas. o fermento era de saqueta da marca ramazotti. A farinha era do tipo 55, não sei se isso faz assim tanta diferença e nem consegui colocar as 5 chávenas, fiquei pelas quatro. Que acha que pode ter corrido mal? É que tenho de repetir a receita... Obrigada

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  23. Anónimo, obrigada pelo seu comentário. Eu também usei farinha tipo 55 e fermento ramazotti. Não sei o que possa ter corrido mal. A minha massa levedou muito bem mesmo. A massa é bastante densa e resulta nuns pãezinhos consistentes mas não massudos. Não sei como posso ajudar mas experimente usar uma medida mais pequena. Muita coisa pode influenciar.
    Sei que a receita já foi testada por outras pessoas e correu tudo bem.
    Será que o fermento estava aberto ou teria muito tempo? O tempo nesta altura também dificulta o processo de levedação, pelo menos por cá. Fico è espera de saber como correu a segunda tentativa.
    : )

    P.S. - Se possível, assine no próximo comentário para não ter que chamar "anónimo". Obrigada.

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  24. Devo tentar de novo já nestes próximos dias. Pode ter sido erro meu ao mexer a massa como foi sempre a mesma chávena as medidas estariam na correcta proporção. Eu começei por mexer com uma colher e na parte final foi com as mãos. Mas com as 4 chávenas de farinha a massa já estava perfeitamente solta. Tanto a água como o leite foram fervidos. Estariam demasiado quentes? O fermento é de sacas e estava fechado por aí não seria. Mas não vou desistir porque apesar de pequenos e nada fofos estavam com um aspecto tão bonito que merecem nova tentativa. E eu babo mesmo por pão de tigre (confesso os da aipal em espinho e fora a publicidade que bem a merecem, são de comer e chorar por mais).
    Obrigada
    Nídia

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  25. Nídia, acho que percebi o erro. A água ou leite a ferver "matam" o fermento. Quando a receita pede morno deve ser mesmo morno, quase frio.
    Todo o procedimento me parece bem. O problema parece-em que foi mesmo este. : )
    Espero que o próximo corra bem! Depois diga-me.
    : )

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  26. Margarida, Obrigada pela receita, posto hoje mesmo a tua receita é maravilhoso...
    Jinhos fofos
    E uma vez mais Obrigada

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