Não me lembro de quando comecei a gostar de favas. Não foi há muito tempo, admito.
Talvez fosse por teimosia. Ou por saber o quanto isso aborrecia a minha mãe, que acabava por ter que preparar outra opção para mim. Não que o fizesse sempre que me permitia dizer "não gosto". Permitia, sim, pois tanto a minha mãe como as minhas avós educaram-me o gosto desde muito pequena e o não gosto-sem-antes-provar começou a ser proibido desde cedo. E o quão lhes agradeço hoje por isso!
Talvez fosse por teimosia. Ou por saber o quanto isso aborrecia a minha mãe, que acabava por ter que preparar outra opção para mim. Não que o fizesse sempre que me permitia dizer "não gosto". Permitia, sim, pois tanto a minha mãe como as minhas avós educaram-me o gosto desde muito pequena e o não gosto-sem-antes-provar começou a ser proibido desde cedo. E o quão lhes agradeço hoje por isso!
Esta educação do gosto ensinou-me, particularmente, a dar uma segunda oportunidade àqueles pratos que eram imediatamente reprovados com o olhar ou com o cheiro. Ensinou-me a importância de provar.
E foi assim que fui também experimentando sensações. O arrepio com as primeiras tângeras, a felicidade num figo lampo apanhado da árvore, o acre de um dióspiro maduro, o consolo num prato de vitela estufada, o carinho numa fatia de pão com manteiga e açúcar da bisavó.
Por isto, quero muito que os meus filhos vivam estas sensações, com a mesma naturalidade que vivi, ao sabor do que cada estação lhes oferece, do que plantamos e colhemos, do que a riqueza das nossas tradições gastronómicas e familiares lhes proporciona. Quero que descubram a forma, a textura, o sabor, o cheiro do que lhes chega à mesa.
Por isto, quero muito que os meus filhos vivam estas sensações, com a mesma naturalidade que vivi, ao sabor do que cada estação lhes oferece, do que plantamos e colhemos, do que a riqueza das nossas tradições gastronómicas e familiares lhes proporciona. Quero que descubram a forma, a textura, o sabor, o cheiro do que lhes chega à mesa.
Não sou (também por isso) permissiva com o não-gosto-sem-antes-provar. E se insistem, falo-lhes de como me educaram o gosto a mim, do quão me sinto bem por ter aprendido a gostar de tudo o que me chegou à mesa, e de como a comida tem o dom de (também) nos fazer felizes.
Creme de favas e maçã verde com poejo
Ingredientes:
1 cebola média
1 dente de alho
2 colheres de sopa de azeite
350g de favas descascadas e sem pele
1 curgete média com casca
1 maçã verde (Granny Smith)
água q.b.
2 colheres de chá de flor de sal Marnoto
folhas de 3 hastes de poejo (1 colher de sopa, aproximadamente)
{tradicional}
Pique a cebola e o dente de alho e refogue no azeite.
Junte as favas, a curgete em cubos e a maçã também em cubos.
Junte a água até um dedo abaixo dos legumes. Tempere com a flor de sal e deixe cozinhar durante cerca de 25 minutos.
No final da cozedura adicione o poejo e triture com a varinha mágica.
{bimby_thermomix}
Coloque a cebola e o dente de alho no copo da Bimby e pique 5 seg/vel 5.
Junte o azeite e refogue 5 min/100º/vel 1.
Adicione as favas, a curgete em cubos e a maçã também em cubos.
Junte a água até um dedo abaixo dos legumes. Tempere com a flor de sal e programe 25 min/100º/vel 1.
No final do tempo junte o poejo e triture 1 min e 30 seg, progressivamente na vel 3-5-7 (5-7 na TM5).
que combinação de sabores tão interessante, deve ser muito interessante ao paladar, gostei bastante.
ResponderEliminarO Cantinho dos Gulosos
É óptima e muito fresca ao paladar. :)
Eliminarbeijinho
É óptima e muito fresca ao paladar. :)
Eliminarbeijinho
Eu comecei a gostar faz tempo, mas também foram durante os anos de infância um dos meus ódios de estimação à mesa, eheheh.
ResponderEliminarFavas, agora adoro!! E esta sopa parece-me uma delícia, com o aroma dos poejos.
bj*
E eu fiquei com vontade de provar a tua, com o inconfundível aroma do funcho. :)
Eliminarbeijinho